DO PREÇO À ESTRATÉGIA: A FLUIDEZ DO MERCADO DE MATERIAIS HOSPITALARES E OS DESAFIOS DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA

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    Introdução

    A busca pela vantajosidade nas contratações públicas, especialmente no setor da saúde, tem-se como imprescindível a adoção de uma abordagem que vá além da simples comparação de preços. Essa constatação se justifica pelo fato de que, pois, em um cenário marcado por incertezas econômicas, instabilidade geopolítica e dinâmicas comerciais cada vez mais complexas, é de extrema relevância a busca pelo entendimento da natureza do mercado em que se inserem os bens e serviços adquiridos pelo Estado. No caso dos materiais hospitalares, essa compreensão revela um ambiente caracterizado por alta volatilidade, ausência de balizadores oficiais de preços e sensibilidade a fatores externos, elementos que configuram um mercado fluido, nos termos do inciso III do art. 79 da Lei nº 14.133/2021.

    Diante desse cenário, salienta-se que o estudo em questão parte da análise estatística de mais de 945 mil notas fiscais eletrônicas, abrangendo transações realizadas por fornecedores de diferentes regiões do país, tanto para o setor público quanto para o privado. A partir da aplicação de técnicas como coeficiente de variação, z-score,
    bootstrap e controle estatístico de processos, foi possível identificar padrões de instabilidade que desafiam os modelos tradicionais de contratação, como o pregão eletrônico e o registro de preços. Tais modelos, concebidos sob pressupostos de previsibilidade e estabilidade, mostram-se inadequados diante à fluidez do mercado hospitalar, comprometendo a eficiência, a continuidade do abastecimento e, em última instância, a qualidade da assistência prestada à população.

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